De um sistema republicano, Roma passou a ser
governada por um imperador vitalício em 27 a.C. e que em 395 d.C. dividiu o
império com outro imperador que governaria a partir de Bizâncio (que depois
passou a ser chamada de Constantinopla e hoje em dia é conhecida como
Istambul). O Império Romano do Ocidente caiu em 476 d.C. diante das invasões
dos povos bárbaros e o Império Romanos do Oriente terminou em 1453 d.C. com a
tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. Foi nessa fase política que
Roma tornou-se mais comercial do que agrária, acumulou o máximo de seu poder e
conquistou a maior parte de suas terras. Os povos conquistados foram
escravizados ou passaram a pagar impostos para o império.
Seu primeiro imperador foi Otávio Augusto. Caio
Júlio César Octaviano nasceu em 23 de setembro de 63 a.C. Em 15 de Março de 44
a.C. quando Júlio César foi assassinado por um grupo de senadores, Otávio
estava na Ilíria, servindo no exército, mas ao retornar para a Itália e uma vez
informado que era o herdeiro adotivo de César começou então sua busca pelo
poder. Nessa época, adotou a efigie de Filho
de Deus (Divi filius, em latim), pois ele queria que o pai adotivo fosse
considerado como um deus e ele mesmo como uma figura divina. Depois de vários
conflitos que levaram a morte dos seus inimigos e rivais, Otávio entrou em Roma
em 29 a.C. como senhor único e depois disso, em 27 a.C. recebeu com o título de
Augusto (divino) os poderes
repartidos até então entre os magistrados. Assim, de 16 de Janeiro de 27 a.C.
até 19 de agosto de 14 d.C., quando morreu, Otávio Augusto governou Roma como o
seu primeiro imperador, exigindo que os seus súditos o adorassem como um deus.
Foi na época do governo do primeiro imperador de
Roma, aquele que havia reivindicado para si o título de Divi Filius (Filho de Deus) e depois de Augusto (Divino), que nasceu Jesus Cristo, na cidade de Belém, na
região da Judéia, que estava sob o domínio romano desde 63 a.C (ano em que
Otávio nasceu).
O evangelista Lucas nos traz uma informação
histórica que nos permite localizar o nascimento de Jesus no tempo, fixando
esse acontecimento justamente durante o governo de Otávio Augusto, conforme
trecho do seu evangelho a seguir:
“E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César
Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino
presidente da Síria). E todos iam
alistar-se, cada um à sua própria cidade. E
subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi,
chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava
grávida. E aconteceu que, estando eles
ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em
panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na
estalagem.” (Lucas 2:1-7).
Já o evangelista Marcos, que também viveu durante
o período do Imperador Otávio e possivelmente soube que esse imperador
reivindicava para si o título de Filho de
Deus e de Augusto (Divino) fez a
seguinte declaração a respeito de Jesus no início do seu evangelho:
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus; (Marcos
1:1).
Percebe-se então com isso, que no
mesmo período em que Otávio Augusto e seus sucessores difundiram a ideia de que
o imperador romano era um deus (Augusto) e que o povo deveria adorá-lo, Jesus e
posteriormente as igrejas cristãs nascentes estavam divulgando o evangelho, no
qual, um dos seus principais ensinos era de que Cristo era o Filho de Deus que
foi enviado como salvador da humanidade.
“Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (João 3:17).
Incrivel.
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